quarta-feira, 31 de julho de 2013

O real grande problema da economia


Manifestação em 2013
Primeiro eles disseram que era coisa de 'vagabundo'. Apresentadores de telejornais na TV brasileira disseram estar havendo "ondas de barbárie" nas ruas de SP.
"Urgente, na tela!" gritava um deles.

Logo tiveram de dar o braço a torcer pois o movimento era a manifestação mais democrática vista nesse país nos últimos anos, talvez algo ''como nunca antes neste país'', para citar certo ex-presidente.

Dentre tantas coisas interessantes que aconteceram nestes últimos tempos de passeatas e reflexões a respeito de uma 'retomada de consciência' dos jovens a respeito dos nossos direitos como cidadãos (interessante que não foi dito nada sobre deveres), algo ainda me impressiona e causa-me espanto: a falta de foco ou de informação da maioria – ou de quase toda a população.

O estardalhaço em torno dos "não-vinte-centavos" foi muito bom pois refletiu a visão ampliada de uma juventude que parece não se conformar com a histórica falta de consideração dos nossos representantes eleitos, muitas vezes refletido nos cartazes bem-humorados dos que engordavam a massa com seus recados divertidos e aleatórios.

Mas o triste mesmo não foi a falta de foco concentrada no valor da passagem dos transportes, mas a falta de visão de nosso povo em torno do que realmente dificulta a vida no país.

Enquanto focamos em ''ladrõezinhos'', não os pequenos ladrões-de-galinha, mas os relativamente pequenos, como Lalau's e cia. ltda., não olhamos para a enormidade de juros que se paga neste país. Ou o fato que, num país pobre, de grande capacidade agrícola e industrial e grande potencial cultural – e de pouca cultura financeira –, as empresas mais lucrativas são bancos.

Juros são a causa destruidora de grande parte dos problemas deste país
Quatro bancos que atuam no Brasil estão entre as 20 empresas da América Latina de capital aberto que costumam ter os maiores lucros líquidos em qualquer época do ano. O grupo Itaú é a terceira empresa mais lucrativa da América Latina, seguida pelo Banco do Brasil, Bradesco e a subsidiária no Brasil do banco espanhol Santander. Segundo o UOL, em 2012, "o lucro das 235 empresas brasileiras com ações na Bolsa de Valores teve queda de 33,29%... Mesmo com queda de 8,76%, o setor bancário foi o mais lucrativo por mais um ano. As empresas do setor tiveram lucro de R$ 45,7 bilhões em 2012"
http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/04/02/empresas-do-pais-na-bolsa-lucram-menos-em-2012-bancos-sao-os-que-mais-ganham.htm

Outro jornal destacou ainda, de forma mais clara:
"Sem vedar esses ralos, solução fica difícil
Verba que falta no serviço público foi para juro e múltis e não para a Copa
Mídia manobra incautos para blindar privilégios de maiores anunciantes
De janeiro de 2011 a abril de 2013 foram desviados R$ 305 bilhões - que o governo federal empregaria na Saúde, Educação, Transportes, etc. - para a reserva dos juros, o “superávit primário”. Mas o total de juros transferidos aos bancos foi ainda maior: R$ 448 bilhões. Só em “desonerações”, o governo concederá R$ 70,1 bilhões este ano, beneficiando monopólios, via de regra multinacionais, com o único efeito de aumentar suas margens de lucro. Enquanto isso, o governo bloqueia gastos em seu Orçamento e mantém Estados e municípios sob uma asfixiante camisa-de-força financeira."

Como competir com isso? Como a iniciativa privada, e principalmente, a pequena iniciativa, as micro e pequenas empresas, fonte da riqueza de todo país verdadeiramente democrático, pode sobreviver a tanta desproporção de investimento?

Ou mesmo com o poder e autoritarismo que os bancos exercem? Quem é que pode dizer ao banco para baixar suas taxas ou mesmo ter uma negociação honesta a respeito? E quem elegeu os nobres secretos do COPOM, que parecem decidir mais que o governo eleito sobre taxas e formas de estratégia financeira??
Charge da 'era Palocci' mas ainda válida, infelizmente
Se o cidadão não escolhe como ou quanto vai pagar - pior, nem é informado sobre isso - se não consegue ter a liberdade de iniciar seus projetos sem enfrentar o excesso de burocracia existente no Brasil, contratar funcionários e ter acesso a fundos públicos e privados de financiamento (ver http://info.abril.com.br/noticias/mercado/2013/07/burocracia-e-medo-de-assumir-riscos-bloqueiam-inovacao-no-brasil-1.shtml), essa falta de escolha e liberdade realmente caracterizam uma sociedade livre?



Nossa falta de liberdade social passa pela má administração pública sim mas destaco aqui que ela passa principalmente pelo desvio de verbas pagar juros ilegais e inconstitucionais, precisamos acordar para esta realidade. 

É urgente!, diria o apresentador.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Reativando...


Pois é, estive fora um tempo, cuidando de outros assuntos, outros blogs mas vou reativar o nZeitgeist, nada como um bom papo sobre mídia, política, negócios e tudo ao redor né?

Abxx e até logo!!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Quase transparente

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

F. Pessoa

http://www.astormentas.com/pessoa.htm

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Paraíso perdido?


Líderes de sete países europeus que fazem parte do G-20 querem acabar com os chamados "paraísos fiscais" na Europa, para evitar zonas de sombra e a falta de controle dos mercados de capitais.

Eles vão aprovar a medida na reunião do G-20, no dia 2 de abril, em Londres. O objetivo da medida é evitar a evasão de divisas, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

São 38 locais na Europa onde vale tudo em matéria de dinheiro ilegal. Entre eles Gibraltar, Andorra, Mónaco e Liechtenstein.

Fonte: blog da Leila Cordeiro [http://leilacordeiro.blogspot.com/]

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ano novo e as tais listas… mas sem promessas!!




Ano novo, novas promessas (né Tha?), listas de planos, o governo anunciando até 5% de crescimento (coisa alta para o contexto atual), desejos, coisas que queremos fazer, sonhos a realizar… muita coisa boa aparece na cabeça nessa época mas quanta coisa se refere apenas ao que queremos e, muitas vezes, não ao que devemos nos questionar? Esclarecendo a questão: até que ponto deveríamos, como adultos autocríticos, querer ao invés de oferecer?
Pensar algo que difira de listas de coisas a se decepcionar mais tarde (ou não, como ‘caetanearia’ alguém) me ocorreu num momento de distração quando me questionei o que seria interessante para alguém ser, ao invés de querer ou ter.

Como a simplicidade da formulação desta questão começou em uma lista, por que não fazer uma lista de virtudes, então, a ser perseguida durante o próximo ciclo anual?
A parte ruim, adianto, é que perseguir virtudes, na prática, requer a negação do “eu”, do nosso – por que não admitir? – gigantesco ego que muitas vezes nos impulsiona apenas para bobagens e perda de tempo. Não falo de negar o desejo profundo de crescimento intrínseco a todo ser humano mas de negar sim, o que nos aflige para sermos o primeiro em detrimento do outro, para sermos melhores por reconhecimento alheio sem nos darmos o devido valor próprio.
Bom, adiei um bocado isso mas acabei fazendo. Minha lista inicial era pra conter apenas 10 virtudes – a ser desenvolvidas ou a nascerem em mim. Confesso que achei que não chegaria a 10 – eita ego – mas acabou passando fácil. Mas parei não muito longe disso – o ego trabalha de formas impressionantes – e já bastante coisa pra um ano.

Espero ser coerente e batalhar para crescer significativamente este ano e não apenas os “altos” 5% do governo mas uma porcentagem mais significativa… ah, uma coisa da lista deveria ser ir mais pra praia, preciso começar a revê-la… bom ano pra vc !!!


PS. bjo pra minha amiga Fê, que deve ter feito a lista :D

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O que sua bike, seu bife e seu carro tem comum?

Estes dias o site CMI Brasil destacou que 22 de setembro foi o Dia Mundial Sem Carro, uma data comemorada em mais de mil cidades no mundo para que se lembrar que a poluição causada pelo automóvel é responsável por grande parte da degradação do meio ambiente.

Mas também é preciso lembrar que não apenas usar uma bicicletinha faz bem pra saúde e pro bolso, que gasta-se menos com gasolina, estacionamento, seguro, depreciação etc., mas que Estados Unidos e China juntos ainda são os maiores responsáveis pela poluição no mundo todo. A Europa tem sua grande contribuição mas trata-se de países com pouco espaço para expansão econômica ou aproveitamento territorial, baixo crescimento demográfico ou em alguns casos, negativo, o que torna mais simples administrar a redução da emissão de CO² do que em amplas áreas livres e inexploradas.

A revista Carta Capital destacou em abril deste ano o fetiche em torno das feras de metal: “Assim como os antigos sacrificavam colheitas, gado e até os filhos a ídolos e ícones aos quais seus sacerdotes atribuíam poderes imensos e uma profundidade insondável, a humanidade da era industrial sacrifica tempo, espaço, riquezas naturais e, às vezes, as próprias vidas a essas máquinas às quais os publicitários atribuem virtudes igualmente mágicas. Até as guerras empalidecem ante as estatísticas do trânsito, sem que isso inspire tanto horror quanto seria de esperar. Trata-se de sacrifícios humanos socialmente aceitos.”

E nós, brasileiros, líderes natos da América Latina (pergunte ao casal Kischner ou aos "muy amigos" Evo Moralles e Hugo Chaves) também fazemos parte dessa liderança de poluidores. Sim, porque anualmente destruímos cerca de 9.495 km2, e somente em abril, 1223 km2 de floresta foram destruídos na Amazônia, segundo dados obtidos por satélite pelo Deter, sistema de detecção do desmatamento em tempo real.

Olhemos estes números: somente os 11 (que time hein) maiores desmatadores andaram acabando com 50,4 mil hectares da floresta amazônica ilegalmente. A área é superior à da capital gaúcha, Porto Alegre, e corresponde a mais de 61 mil campos de futebol, nas maiores dimensões permitidas pela Fifa.

O grande responsável por isso é o gado e a agricultura para exportação (as famosas commodities: soja, milho transgênico, celulose, açúcar, etanol, madeiras nobres) mas não culpem as vaquinhas, a pecuária justifica isso dizendo que o brasileiro precisa comer carne, o mercado demanda e o governador Mato Grosso, o “Rei da Soja” Blairo Maggi, já explicou tudo de forma clara e explícita: “Não se faz agricultura sem destruir a floresta”.
Poderíamos minimizar, produzir menos para exportar, até porque, quem enriquece não é o povo ou a soberana nação nem tampouco sou vegetariano, embora me pareceu uma prática um tanto civilizada quando fiquei sabendo da conta de que precisamos de cerca de 10 quilos de vegetais para cada um quilinho de carne que consumimos, porque os vegetais são usados para alimento dos bichos, fora a área previamente desmatada, como já mencionado (ver Le Monde Diplomatique Brasil, A Fome Que Dá Lucro”, ed. maio/2008).

Se cuidássemos tão somente de nossa terrinha, seríamos ótimos exemplos e não precisaríamos bancar os engajados como a intelligentsia neoliberal gringa assim o sugere que façamos.
Eles já destruíram as reservas naturais deles através dos séculos e ainda nos acusam de poluir tanto em tão pouco tempo. A China que o diga.

Oras, nossos políticos dizem que a poluição não existe em grau tão alto assim e nós votamos neles, será que não merecem crédito? Ou nós, povo, não merecemos crédito? Nossa ilustre ministra do Meio Ambiente Marina Silva, entregou o cargo por "conflitos com outros ministérios, como a Casa Civil e a Agricultura, em questões que opõem a proteção ambiental a interesses econômicos". Ou seja, parece que quem queria defender o verde do Brasil teve que sair pois alguns líderes do governo atual não pensam assim. Será que ela estava certa afinal?

Carro, bikes, pecuária, desmatamento, política... as coisas se interligam né?

Como assim, quem é Marina Silva???

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

As "quentinhas" da internet (ou seria as requentadas?)

Um link interessante a se sapear de vez em quando é o Google Trends < http://www.google.com/trends/hottrends?sa=X>, onde vira e mexe tem coisas no mínimo curiosas e/ou esdrúxulas numa lista de 1 a 100 sobre os temas mais pesquisados nos últimos dias. 

 A atual vai de Alex Croac (famoso quem?) até "white river amphitheater", grande arena de espetáculos que acomoda até 20 mil pessoas, passando por rumores sobre a sexualidade de Ricky Martin, que a propósito, acaba de ter gêmeos (é, eu também não sabia - e o que interessa, afinal?), e a final de volêi feminino de praia e spanish translation, por exemplo. 

 Aliás, há duas ocorrências sobre o campeonato de vôlei feminino de praia, o esporte têm mesmo tido muita aceitação desde que virou olímpico e o sucesso ocorre principalmente na versão das meninas, por quê será? Interessante saber quais são os principais patrocinadores do esporte... 


Como dados oferecidos, pode-se obter as opções de pesquisa relacionada, os locais de maior incidência, o grau de "quentura" ou o quão intenso é a procura, de 1 a 5 na escala: moderado/ médio/apimentado/em chamas/ vulcânico(!) e um gráfico que ilustra a intensidade da procura, do dia, de acordo com a hora e o "pico" da procura.

 Uma observação mais apurada revela ainda a grande procura por temas ligados a cinema, fofoca, esporte, atualidades, jogos eletrônicos, temas de fantasia, hospitais e termos médicos.

 Isso parece contrariar a máxima tida oficiosamente de que a internet provê informação e cultura de forma mais abrangente a todos, já que, mesmo na aparente proposta de liberdade de informação da sociedade em que vivemos, o que mais temos procurado, em todos os lugares, ainda é pão e circo…

quinta-feira, 15 de maio de 2008

TV-verdade?

Este texto toma como referência a bela matéria da repórter Natalia Viana, "Cem Marias para cada Madeleine" e fala um pouco sobre como funciona nossa política enferrujada de notícias. Para lê-la, clique aqui.

Transcrevo um trecho pois é bem ilustrativo:

"...sentada ao lado do editor do jornal britânico Independent, onde trabalhei durante alguns meses, anunciava minha saída e aproveitava para perguntar se a eles interessariam reportagens free-lancer sobre a América do Sul, que eu poderia fazer quando voltasse. A resposta: - Olha, ainda vale a velha regra: mil peruanos equivalem a 10 franceses. Então é assim, se tiver um acidente, um desastre muito grande...".

Detalhe para a velha regra ainda válida, onde se compara o valor de vidas humanas e o resultado é que uma certidão européia vale mais que tantas latinas. Interessante também é como a reportagem lança luz sobre o sistema de fontes das informações que vemos em nossos telejornais e jornais televisivos (você não tinha notado que eram as mesmas imagens e pautas bem parecidas?). Pela política de cortar custos, compra-se cegamente a idéia formatada por redes de informações com interesses escusos e tornamos a liberdade de imprensa, que declaramos orgulhosamente ter e de ter lutado por ela (pois é, estamos em maio, alguém falou em Revolução?) em algo barato e comprometido apenas com os índices de audiência e venda de jornais. O caso da garota assassinada ainda retumba nos telejornais. O trecho abaixo fala um pouco mais disso:

"Com a falta de dinheiro na maioria das empresas de mídia no Brasil, e aomesmo tempo com o advento da internet e dos canais de notícias 24 horas,a notícia internacional, se antes era mercadoria, agora virou mercadoria baratíssima. Para preencher tanto espaço em branco, em tão pouco tempo, os veículos optarampelos serviços das agências internacionais, um punhado de empresas – todassediadas em países ricos – que dizem ao mundo todo o que é notícia e o quenão é. Assim, a Reuters, de origem alemã e sede em Londres, a CNN americana, a AFP francesa, a BBC inglesa – financiada, não por acaso, pelo Ministériodo Exterior britânico – difundem a sua visão de mundo, a sua própria culturae o seu jeito de fazer jornalismo."

Não sou jornalista nem levanto bandeira classista mas o que fere a liberdade e ataca o direito de sabermos do ocorre in loco por mais de uma fonte, direciona a informação e padroniza reações e idéias, criando preconceitos e estigmas tolos.

Tais situações não são novas, nos tempos de Jesus ser cidadão romano era o supra sumo dos direitos civis e a respeito da ressurreição de Cristo, uma mentira fora plantada para encobrir a história contada por tantas testemunhas oculares, ver Mt 28.11-15.
(12 Reunindo-se eles em conselho com os anciãos, deram grande soma de dinheiro aos soldados,
13 recomendando-lhes que dissessem: Vieram de noite os discípulos dele e o roubaram enquanto dormíamos.
14 Caso isto chegue ao conhecimento do governador, nós o persuadiremos e vos poremos em segurança.
15 Eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. Esta versão divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.)

Saber separar e analisar a verdade é tarefa cada vez mais difícil visto que a idéia comum não necessariamente tem que ser a verdade em muitos casos...

sábado, 5 de abril de 2008

Pergunta que não cala

Estava vendo uma seção interessante no blog Nerdcast (http://jovemnerd.ig.com.br/) onde se discutiam perguntas curiosas como ‘qual o estado do fogo’ entre outras que também não sei explicar cientificamente quando lembrei de uma pergunta muito mais pertinente que me fiz nestes dias.

Muitos estão acompanhando o caso da garota Isabella, o novo espetáculo da mídia podre mainstreain para vender mais jornais e entreter o público ávido por sangue e coisas bizarras na TV.

O caso lembra em muito o da garotinha inglesa Madeleine McCann, desaparecida num hotel em Portugal em 03/05/2007, ainda não encontrada, cujos pais foram imediatamente criminalizados pela mesma mídia pobre vendedora de jornais e sedentas por audiência de sangue. Posteriormente, publicaram em matéria de capa pedidos de desculpa aos pais por acusações e sugestões irresponsáveis, qualificados por eles como “difamação grotesca”.
Veja mais em (http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/03/19/jornais_pedem_desculpas_aos_pais_de_madeleine_1235349.html#)



O que dá o clima de espetáculo para a mídia é que o crime teria sido cometido pelo pai – coisa que ainda não foi provada. Desconheço de forma pessoal os pais e as circunstâncias que envolveram a morte da menina e mesmo conservando a possibilidade de ser de fato cometido por algum parente da criança, o que torna hediondo o horrível, há uma pergunta que não cala, haja o que houver: “e se o tal pai da menina for inocente??”
Além do próprio trauma da perda de sua filha, algo já anormal pelo fato em si, não há precedentes para o que pode causar psicologicamente aos envolvidos por tamanha irresponsabilidade, como será a vida social destas pessoas, no trabalho, na rua, no trânsito?...

Há casos terríveis de abusos e crimes jornalísticos no Brasil que deixamos passar impunemente mas como lidar com algo assim sem ser acusado de repressor dos direitos e liberdades de expressão?

Um exemplo interessante seria rever o caso da menina inglesa onde os jornais, além serem obrigados a pedir desculpas em suas capas, foram obrigados a pagar uma quantia volumosa de indenização aos pais inocentes (http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/03/19/pais_de_madeleine_recebem_indenizacao_de_tabloides_1236041.html).

Quem sabe, doendo no bolso, a ‘ética’ de quem vive de vender possa mudar ou pelo menos, se conformar que neste país ainda se cumpre a lei.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Votos para 2008!

Mais um ano vem e muita para conversar e refletir pela frente... e, claro, agir :D

Entre tantas promessas, vou atualizar este blog com mais contância, pelo menos duas vezes por semana estarei martelando nos teclados.

Este ano teremos, entre tantas coisas, segundo a Carta Capital, eleições municipais no Brasil, Olimpíada de Pequim, pacote fiscal para compensar o fim da CPMF (pois é!) e as famigeradas eleições para a presidência nos EUA - o que vai sacudir mais na mídia?

Entre tantas tendências de consumo, segundo o relatório Trendwatching.com, vamos refletir um pouco sobre cada uma delas: as Esferas de Status, a Premiumização, a Cultura Snack, as novas tendências Online, Brand Butlers (!), Crowd Mining, MIY - Make It Yourself e Eco-Iconic - uau, viajei em várias né? Pois é, vamos comentar também.

Mas o que vai mesmo na cabeça do povo? Isso é o que ainda me interessa mais e acredito que seja o que define a importância e mérito de todas estas coisas citadas, tendências, etc., pois o relegado fator humano - sempre imprevisível - ainda é o que fascina e move o que vemos...

E o que move o que não vemos? Será o que realmente nos move e por conseguinte, todo o resto?

Bom ano a todos e... até logo :D

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Giro 2 - minhas leituras

Ok, ativar "o que estou lendo" ou o "motivo-deste-blog-ficar-meio-largado-às-vezes".

Segue a lista, logo ela diminui, tem alguns sendo terminados:

George MacDonald, Phantastes - referência achada no maravilhoso "O Grande Abismo", de C.S. Lewis, que terminei de ler há poucos dias, na Escócia. Tô no comecinho, nem dá pra falar nada - ainda.

Joey Reiman, Idéias - falta o último capítulo. Se por vezes suas histórias são fantásticas, por outras o autor se revela o maior promotor de si mesmo que já vi. Mas quem falou que está tão errado, quando o assunto é vender isso mesmo?

Armand Nicholi Jr., Deus em Questão: C.S. Lewis e Freud debatem Deus, Amor, Sexo e o Sentido da Vida - talvez o maior título auto-explicativo de todos os livros que já vi, falta ler o epílogo e logo coloco comentários sobre as relevantes comparações e análises do autor.

C. S. Lewis, O Problema do Sofrimento - perguntas como 'por quê sofremos?' e 'se Deus é bom e todo-poderoso, por que permite que suas criaturas sofram?' são parte do conteúdo deste livro. Para pensar um monte.

Alina Wheeler, Designing Brand Identity - estudo de casos, modelos, e uma metodologia simples para a compreensão e prática de gerenciamento de marcas. Indispensável para profissionais da área e para quem quer ampliar sua visão do negócio.

Phillip E. Johnson, Como derrotar o Evolucionismo com mentes abertas - de forma simples, este professor graduado pela Harvard mostra como discutir ciência com ciência, separando fatos dos preconceitos sociais dos auto-intitulados racionalistas (na verdade, naturalistas) que pregam uma ciência mais semelhante à uma fé cega e sem precedentes.

Bill Myers, Sangue do Céu - romance sobre o que seria caso descobrissem o sangue de Jesus conservado e usado cientificamente para restaurar a humanidade de alguém. A princípio parece interessante mas isso implicaria que o sangue de alguém pode ter alguma capacidade superior à de outrem - comparemos pessoas saudáveis e de idade compatível - o que pode levar a falsos questionamentos sobre a divindade e verdadeira humanidade do próprio Jesus. Estou tentado a parar de ler, vamos ver.

Comentário e recomendação: leiam "O Grande Abismo", do C. S. Lewis, é imperdível. Li estes dias e fala sobre como seria a vida depois desta vida. O autor faz questão de dizer que é um conto - e não uma nova revelação (uuufa! haha) - sobre a visão de quem vai para o inferno e quem vai para o céu.
Difícil não se enxergar em uma situação ou outra que o autor propõe e é bom evitar só enxergar outros, já que uma auto-análise e bem-vinda nesse caso.
Interessante o fato de estar pela Escocia quando a narrativa atingiu o ápice onde, no conto, o autor encontra seu mestre declarado, mr. MacDonald, o escocês que o ensina coisas interessantes numa realidade no mínimo, fascinante.
Ponto para a narrativa fechada, simples e profunda e para o destacado 'humor' ou 'jeito' escocês, perfetto!!

Detalhe: o final provoca aqueles risinhos internos que te fazem crescer...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Plus ça change, plus c'est la même chose?

Voltando ao Brasil não é difícil perceber a diferença deste lugar peculiar para outros ditos mais "nobres" ou "desenvolvidos".
Sem analisar nosso caloroso modo de viver, nosso povo que consegue se divertir tanto com tão pouco e, antes de continuar a lista de obviedades, chama atenção a difença cultural que vivemos.

Uma das sensações que ouvi muita gente falar era o tal filme do "Bope", que ainda não havia chegado ao cinema e muitos DVDs caseiros já o conheciam.
O caso Renan Calheiros mal foi noticiado na Europa mas por aqui causava uma indigestão, digo indignação típica que deixa o brasileiro com "nojo" de política e se afasta do assunto, como se fechar os olhos fosse o remédio para uma perna quebrada. A TV também não parava de noticiar sobre a empresária solta de seu cativeiro, no mais recente (?) caso de sequestro no Brasil, como se apenas de sangue e lágrimas se construisse um país (talvez uma cultura sim, mas esse é outro assunto), afinal, ainda persiste a máxima de que aqui, "notícia boa não é notícia".

No dia seguinte à minha chegada minha mãe ficou por longo tempo no telefone esperando uma resposta da Telefonica, que por causa da greve dos Correios (!), tivemos a conta chegando atrasado e a tal operadora nada poderia fazer para ajudar, era "coisa do sistema, não podemos ajudar, senhora", disse o carinha do SAC. Neste dia estava meio ruim da voz e precisei ir à uma clínica de Otorrino para uns exames e, ao chegar, fui informado que só cinco dias após aquela data haveria alguém para me atender. Meu convênio também não serviu para nada.

Ficar um tempo - não importa o quanto - longe de quem se gosta desperta saudades e faz esquecer rapidamente detalhes ruins do objeto ou pessoa em questão; mas certas barbaridades fazem a gente esquecer até o que há de bom na cidade.
Talvez por isso não à toa algumas pessoas na Europa - as poucas bem informadas, devo dizer - se espantavam quando ouviam que eu era de São Paulo e perguntavam se era muito perigoso aqui. Um rapaz até perguntou se aqui era perto da "City of God" haha foi um esforço muito grande não gargalhar naquele momento.

Pouca coisa tinha mudado, infelizmente. Mas ainda acredito nesse país, talvez por causa da minha fé em Deus.
Mas as coisas estão mudando, porque quanto mais se muda... plus c´est la même chose.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Mais uma vez a paixão pelas marcas

Alguém já disse que as marcas e corporações seriam a religião desse novo século que se inicia. E, ao que muita coisa indica, parece ser um truísmo que pouco foge à realidade.

Visto que marcas se valorizam muito mais em países de capital aberto e nestas circunstâncias geram muito maior valor ao acionista (Tomiya, 2006), o culto a seu valor parece assumir status de coisa realmente nobre e, com certeza, é um elemento diferencial entre as pessoas.

O que se viu do frenesi atrás de um iPhone pode parecer o fim para alguns, mas, segundo especialistas, é apenas o começo. Começo de tempos em que se valorizam cada vez o valor da marca. Ah, mas isso já rola há cinqüenta anos, algum “cético” pode dizer mas o fato é que nunca se viu tanto apego quanto hoje. As marcas nos distinguem e dizem quem somos antes que sequer possamos nos pronunciar a nosso respeito ou sobre algo. E isso porque cada vez mais as marcas não vendem produtos ou meros serviços, essa é uma realidade de quem compete por preço, sujeita aos canibalismos e interpéries do mercado.

Marcas vendem idéias ou ideais ou o que podemos chamar de estilo de vida. Pois é. Não compramos Levi´s, Dior ou Armani porque são intrinsecamente bons ou melhores, (embora tenham qualidade realmente superior na maioria das vezes, mesmo que essa diferença na qualidade seja quase imperceptível) compramos porque elas nos conferem uma expressão da qual nos identificamos realmente (alguém falou em desejos profundamente assentados?) e nos diferem dos outros.
Claro que isso não aconteceria em todos os nichos mas eis um exemplo factual deste raciocínio, publicada na Exame desta semana, matéria de capa: “Suas lojas (da Apple, por causa do iPod, iPhone, etc.) transformaram-se em verdadeiros templos onde os fiéis podem adorar a marca. ”

Naomi Klein citando Tom Peters no novo clássico "The Corporation", enfatiza este modo de lidar com as marcas ao comparar que não se deve fabricar produtos, deve vender Marcas, pois estas transcendem o baixo potencial do primeiro, tido como algo "preso à Terra"; de novo, a alusão à tentativa de, usando as palavras do sr. Tom, transcender nossa realidade, não mais satisfatória à nossos anseios.

Tô sonado e sem tempo de levantar bibliografia exata do que escrevi, mas no fim-de-semana eu posto.