terça-feira, 1 de maio de 2007

Enfim, os facilitadores

A vida parece sorrir mais pra quem é um facilitador.

O Google é um ótimo exemplo de empresa facilitadora. De um simples site de consulta e pesquisas em geral, tornou-se um meio acessível de empresas menores ampliarem seus pontos de contato com clientes e prospects. Só isso, o ambiente facilitador de trabalho tem gerado idéias felizes e retumbantes como o Orkut, por exemplo. Bons ambientes favorecem a aparição de boas idéias. E boas idéias costumam ser lucrativas.

Uma tendência não tão nova tem sido relacionar a personalidade pacífica e sábia de Jesus Cristo como alguém “facilitador”, que “geriu” um negócio que só dá “lucro” através dos tempos. Claro que essa comparação diminui e esvazia toda a proposta de Jesus na vida de alguém, simplificando-a como um meio para atingir melhor qualidade de vida através do ganho capital e trato com o próximo. Mas é justamente no trato com o próximo que se refere o fato de os facilitadores estarem tão em voga atualmente.
Steve Jobs tem feito sucesso exatamente por tornar a tecnologia, por tantas vezes tão árida e complicada, em algo simples ao toque e aprendizado intuitivo. Alguém que pega num iPod por menos de cinco minutos já entende todo seu funcionamento e fica extasiado com seu potencial de armazenamento de dados como arquivos, vídeos, músicas, agenda pessoal, despertador, jogos – pouca gente conhece estas últimas funções, já comuns até em celulares. Alguém falou em celular? O novo iPhone vem chegando para desespero dos handhelds, palms e até Blackberrys da vida. Tudo por que facilita.

No ambiente corporativo, o facilitador agora é o antigo gerentão - é, aquele cara medíocre que regulava os horários, cobrava produtividade e contava piadas chatas – cuja nova função consiste em ajudar a equipe a obter maior coesão em seus projetos, seus raciocínios. Livros com títulos parecidos com “líder servidor”, ou o lado “psicológico” de Jesus não faltam. No meio sócio-cultural me chama a atenção para coisas que por um momento parecem ser pontos fora da curva, por assim dizer.
Tome-se por exemplo alguns ícones da geração baby boom, que clamavam por paz na Terra, atrás, literalmente de vida mais simples, de facilitação para a vida no sentido de liberdades (libertinas?) de expressão e relacionamento. Ou o movimento punk que buscava ideais mais simples através de desapego material buscava maneiras de mudar as complexidades urbanas com sua atitude e música. A própria sonoridade parece expressar isso: guitarra, baixo e bateria – o chamado power trio – que faz um som gutural, puro, quase adolescente.

Simplicidade... Ainda vale a pena complicar?

"Que Deus se apiede destes corruptos" - ou a popular frase: "eu já sabia"

Pois é, de título na capa e tudo: "Que Deus se apiede destes corruptos"; foi a manchete da Carta Capital desta semana, aliás, um pouco antes do 25 de abril anunciado na capa. A matéria fala sobre o quase fracasso da Operação Hurricane devido ao vazamento de informações que, pasme-se, a PF atribui ao Ministério Público.

Na revista ainda há uma matéria especial sobre o "O totem do capital" onde faz uma análise muito interessante sobre a paixão do Homem pelo automóvel ameaça a natureza e a civilização, chegando a apontar números como este: nos EUA, 43% da área urbana é devorada pelos veículos.
Interessante notar, segundo análise da própria revista, como a "publicidade fez do automóvel um símbolo sexual" e que "mudaram tecnologias e modelos econômicos, mas o culto (ao carro, num altar) continua o mesmo" e ainda cita uma "'metáfora concreta': na velha Índia, devotos de Shiva jogavam-se sob as rodas do carro do ídolo, o Juggernaut. As coisas não se alteraram tanto assim".

(hmmm depois termino, tem uns negócios legais a pesquisar, fui!)